Do Grego “xilon” e “grafo”, que significam madeira e escrever (ou gravar), respectivamente, surge a Xilogravura. Pode-se entender como um processo de impressão que utiliza a madeira como base para um carimbo.
Técninca e delicadeza
Impressiona e surpreende que a xilogravura seja um dos métodos de impressão mais antigos que existe. Os primeiros registros da arte foram encontrados lá pelo século V, na China. A técnica, inicialmente usada para imprimir textos como escrituras budistas, cresceu e chegou ao Japão, onde logo se espalhou.
Ao chegar na europa, no século XIV, a história da xilogravura desembarca na Alemanha e na França no mesmo período em que a comercialização do papel explode no continente.
Os livros passam a se popularizar e a xilogravura entra em cena como uma alternativa para as ilustrações. Paisagens, releituras da bíblia e até obras famosas foram produzidas. O método logo se mostrou como uma forma de tornar as peças de arte mais acessíveis, já que transmitia cenas cotidianas da vida e a matéria prima era comum de se encontrar.
Não demorou muito até que novos métodos de impressão mais sofisticados chegassem para substituir a madeira, como placas de metal. Porém, a técnica não desapareceu por completo, pois muitos ainda achavam útil o já tradicional modo de impressão.
Desde a sua concepção, a xilogravura correspondeu às diversas faces de seus artistas, com técnicas e inovações singulares. Na europa, na ásia ou américa do sul, a arte se adaptou e transmitiu as características de cada lugar. E no Brasil não seria diferente.
Xilogravura e literatura de cordel
A herança
A vinda da Família Real ao Brasil, em 1808, trouxe contribuições significativas ao país na arte, cultura e também na arquitetura, por exemplo. E foi nesse período que a xilogravura chegou nas terras brasileiras.
Anúncios, livros, cartazes e cartas de baralho receberam ilustrações através do método da xilogravura.
A identificação da xilogravura com a literatura de cordel não aconteceu à toa. Já entendemos que durante os primeiros passos da xilogravura, sua popularidade aconteceu por conta do seu método acessível. A dificuldade para encontrar recursos gráficos que ilustrassem as obras dos cordelistas fez da xilogravura o método e a identidade visual perfeita que caracteriza a essência da literatura de cordel. Com traços e símbolos extremamente nordestinos, o processo de junção da xilogravura e o cordel se tornou um marco cultural do Brasil.
Hoje, é impossível desassociar a imagem do cordel à xilogravura. A maioria dos xilógrafos mais importantes estão no Nordeste, como Abraão Batista, José Costa Leite, Amaro Francisco, José Lourenço, Gilvan Samico e o pernambucano J. Borges, lá do município de Bezerros, agreste de Pernambuco.
E o estilo das ilustrações fazem sucesso sozinhas. As figuras presentes nos cordéis viraram grandes obras de arte.
Aqui, na Imaginário Brasileiro, você encontra as obras de Givanildo que, além de xilógrafo, é poeta e cordelista. Possui na matriz de suas obras elementos que reafirmam a identidade da xilogravura e remetem a elementos da vida nordestina, com impressões em papel.