Aos sete anos de idade, Maria Aparecida de Cida Lima começou a trabalhar com barro, produzindo peças como panela e jarras a preços baixos, o que pouco traria lucro. Ainda muito jovem, viu neste serviço uma maneira de ajudar a família nos sustentos da casa.
Natural de Belo Jardim, município do agreste de Pernambuco, a artista muda de vida através do esforço, determinação e amor pelo trabalho que realiza desde criança. A chegada de uma reconhecida artista plástica que residia na capital do Estado também foi fundamental para o crescimento de Cida. Com todo seu interesse em elevar e valorizar a cultura local, Ana Veloso apoiou, incentivou e guiou os caminhos da artista para o sucesso com a produção das famosas cabeças de barro. “Ana foi um anjo na nossa vida a partir do dia que ela entrou aqui, incentivando e ajudando a melhorar nosso trabalho. Foi tudo de bom”, comenta.
As cabeças de barro criadas por Cida Lima surgiram de maneira bem interessante. Certo dia, uma amiga vai até sua casa pedindo que a artesã criasse duas cabeças de barro a fim de pagar uma promessa para Nossa Senhora das Cabeças, protetora dos doentes. “Eu disse a ela que só sabia fazer do jeito que eu fazia os meus bonecos para brincar na infância. Na minha infância eu não tinha com o que brincar. A gente brincava com o barro na rua. E com esse barro eu comecei a fazer as bonecas para brincar com a mesma feição que as cabeças têm hoje. E eu não sabia que eu já era uma artista. Eu não imaginava que a partir dessas duas peças seria um sucesso.”
A história de Cida Lima caminha lado a lado com a história de outra artista que contamos aqui no blog. Mestra Neguinha percorreu os mesmos caminhos que Cida Lima, desde recebendo intervenções da artista plástica Ana Veloso, como expondo em feiras espalhadas pelo Estado, promovendo os seus respectivos trabalhos.
A matéria prima de trabalho é transportada de uma cidade vizinha. Tratado pronto para uso, o barro é moldado pelas mãos de Cida e mais sete ajudantes que dão conta da infinita demanda. Dependendo do tamanho das peças, a produção de boa parte chega a ser finalizada em uma semana. Trabalhar com o barro exige cuidados prolongados, minuciosos, fracionados e Cida sabe bem disso. Da preparação da massa à queima da peça já quase pronta, a artista se entrega como criança se divertindo com um brinquedo que sempre desejou receber.
“Eu me sinto muito feliz em saber que sou uma artista bem reconhecida por contas dessas cabeças. Já comecei a incentivar meus filhos a aprender para dar continuidade ao meu trabalho.”
Gostou das peças da Mestra Cida Lima? Elas estão aqui no site ou n nossa loja física: Rua Bispo Coutinho, 814, Alto da Sé, Olinda/PE.
2 comentários
Sueli Vergílio
Só apaixonada pelo seu trabalho
CECÍLIA MARIA DE ALBUQUERQUE MORAES
Vi e li todo o material da vida e do trabalho da senhora CIDA LIMA, Grande Artista Plástica, como me deu vontade de estar sentadinha junto a ela, sentir seu ser, tocar sua pela e o barro que ela utiliza para confeccionar suas lindas cabeças, com tanto amor, respeito e gratidão, que consegue ultrapassar os vídeos e os textos. Nada é frio, tudo tem emoção, vida.